Os limites do tempo vivido: por que civilizações inteiras deixam de existir?

A vida humana só é possível em comunidade em relação com a natureza e com o outro. Vivemos um tempo-limite. Um tempo em que a espessura que dá substância a história se comprime em bytes, e a existência humana tem a oportunidade de se equilibrar entre telescópios que decifram galáxias e algoritmos que decidem o preço do pão. Nesse tempo, perguntamo-nos: por que tantas civilizações morreram? O que permanece? E o que em nós nos sabota, impedindo uma evolução que dure mais do que um suspiro no tempo profundo? Esta série de sonetos nasce como tentativa poética de uma vivência teimosa de atravessar essa pergunta. Em vez de propor respostas definitivas, os versos tentam habitar a dúvida, convocar o espanto e escutar o sussurro do que insiste em viver. A poesia aqui é porto e passagem. Caminho que acolhe a reflexão antes do manifesto, a escuta antes da teoria, o grito antes da marcha. Que esta leitura seja um rito de reencontro com aquilo que pode, enfim, reencantar o mundo. ...