O bispo vermelho morreu dormindo...
sábado, 2 de abril de 2011 O bispo vermelho morreu dormindo...   Para José Comblin    Tenho  um bom amigo que odeia a igreja. E eu às vezes odeio também. Mas,  nascida e criada no mundo ocidental, mergulhada na fé cristã, eu aprendi  a diferenciar o pensamento jesuânico do pensamento da instituição. Era  ainda menina quando conheci as Comunidades Eclesiais de Base, que  anunciavam um reino na terra, repartido e digno. Encantei-me com isso.  Parecia que aquele Jesus de quem eu tinha notícias através da minha mãe,  se materializava de novo, agora entre nós. Não era um cara pregado na  cruz, morto e impotente. Era uma espécie de água viva, tocha ardente,  labareda, capaz de incendiar nossos desejos de mudança e transformação. E  mais, a partir de sua palavra revolucionária os mortos reviviam, os  paralisados voltavam a andar e os cegos recuperavam a visão. Todos os  dias eu presenciava milagres assim.   “Bendito  o povo que marcha, tendo Cristo como guia”, cantava-se nas romarias que  já ...