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Mostrando postagens de outubro 30, 2025

Entre o Crime e o Estado: o Humano como Fronteira da Segurança Pública

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“Não há paz onde o humano é usado como instrumento — seja pelo crime, seja pelo Estado.” A chacina ocorrida no Rio de Janeiro, mais uma vez, impõe ao país a tarefa de olhar para si. A justificativa do combate ao crime organizado — legítima e necessária — não pode servir como licença para o extermínio. A morte, quando se repete como política, deixa de ser exceção: transforma-se em método. E quando o método é a morte, o Estado deixa de proteger a vida para administrar o medo.  Desde o massacre do Carandiru, em 1992, até as operações recentes em favelas e periferias, o padrão é o mesmo: a violência do crime é respondida pela violência do Estado, e o resultado é a destruição do humano nos dois lados. O criminoso perde sua condição de pessoa; o policial perde a de cidadão.  No meio, uma sociedade inteira assiste, atônita, à naturalização do horror. A defesa da vida exige que sejamos capazes de distinguir combate de vingança . Combater o crime organizado é enfrentar uma estrutura c...