A dor de incluir: o que revela o Dia Nacional da Educação Inclusiva

Lembro da primeira vez em que vi um estudante com deficiência sendo deixado de lado durante a aula. Estávamos todos ali, no mesmo espaço, mas não na mesma experiência. Enquanto seguíamos os exercícios, ele era deixado sob a guarda de uma monitora, isolado — como se sua presença fosse um gesto de caridade, não um direito. Foi ali que me caiu a ficha: aquela escola não era, de fato, para todos. Era para quem se encaixava. Para quem aprendia “no tempo certo”, para quem conseguia acompanhar a norma, para quem não “atrapalhava”. Hoje, ao lembrar disso no 14 de abril, o chamado Dia Nacional de Luta pela Educação Inclusiva , não consigo sentir comemoração. Sinto incômodo. Sinto denúncia. Porque, se precisamos de uma data como essa, é porque o sistema educacional falhou — e segue falhando — em garantir o mais básico: o direito de aprender com dignidade. A expressão “educação inclusiva” já nasce marcada por uma contradição. Se a educação fosse de fato o que promete ser — instrumento de em...