Boulos e a Caneta Azul: A Importância de Dizer o Óbvio
Em um mundo onde a realidade pode ser distorcida pelas narrativas hegemônicas, lembrar e reafirmar o óbvio se torna um ato revolucionário. Esta reflexão surge a partir da metáfora usada por Guilherme Boulos em sua entrevista à jornalista Mônica Bérgamo e da análise de um símbolo cultural improvável: a caneta azul, eternizada na música de Manoel Gomes. Boulos, ao mencionar a metáfora da cadeira de praia – que é repetidamente dita como verde quando, na verdade, é azul – toca em um ponto crucial da política contemporânea: a manipulação das percepções coletivas. Se apenas um lado do discurso é ouvido, por mais irreal que seja, ele passa a moldar a compreensão popular até que uma mentira se torne uma "verdade" incontestada. Para contrapor isso, é essencial que alguém tenha a coragem de apontar a realidade e dizer: "Desperta! Essa cadeira é azul". De forma semelhante, a caneta azul na música de Manoel Gomes representa algo autoevidente. Todos reconhecem a cor e sabem que