A Escola Não É Quartel: sobre a decisão do STF e a luta viva por uma educação libertadora

Há poucos dias, o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, decidiu suspender o julgamento sobre a imposição do modelo cívico-militar em escolas públicas estaduais de São Paulo. A decisão — tomada no dia 2 e publicada no dia 5 de maio — ainda pode ser revisada. Mas seu gesto é simbólico e estratégico: um freio necessário no avanço silencioso de uma política autoritária que vem se enraizando sem diálogo, sem base científica e sem escuta da comunidade escolar. Não se trata apenas de uma medida jurídica. Trata-se de uma brecha aberta na conjuntura. Uma microbatalha vencida dentro de uma guerra longa. Uma pausa para respirar. Para reorganizar nossas forças. Para lembrar que a escola pública — essa instituição de tantas dores e esperanças — ainda pode ser defendida, reimaginada e libertada. Não há ingenuidade aqui. Sabemos que novas decisões podem surgir a qualquer momento, revertendo essa suspensão. Mas sabemos também que a história não se move apenas pelos grandes veredictos...