O Fio da História e o Limiar do Novo Tempo

Se os meios de produção fossem apenas máquinas, fábricas e escritórios, poderíamos tratá-los como objetos a mais na galeria do mundo. Mas não: eles são a própria memória material da humanidade. Cada engrenagem contém séculos de suor, cada linha de código resume noites insones de pesquisa, cada arado e cada servidor carregam as mãos invisíveis de milhões de trabalhadores. Apropriá-los como propriedade privada é empobrecer a história. Eles pertencem ao coletivo, não por decreto, mas por essência: são frutos da vida comum. A política, nesse quadro, não é mero arranjo de interesses, mas arte e ciência. Arte, porque dá expressão aos sonhos humanos; ciência, porque tenta compreender a natureza do homem e da sociedade. E, se é arte e ciência, é também teleologia: trabalha para que o fim aconteça, isto é, para que os valores e os sujeitos de direito não fiquem apenas em papéis, mas caminhem, respirem e moldem o tempo. É nesse ponto que surgem as forças. As internas — o pão, a moradia, o tr...