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Consciência de Classe no Século XXI: Entre a Fábrica, o Algoritmo e o Sonho

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No início do século XX, entre guerras e revoluções, o filósofo húngaro György Lukács escrevia sobre um tema que ainda hoje nos inspira e questiona: a consciência de classe. Ele via, com os olhos da história, que sofrer não basta. É preciso compreender o porquê do sofrimento, quem lucra com ele e, mais ainda, como organizá-lo como força transformadora. Lukács diferenciava duas realidades: a classe em si e a classe para si . A primeira é objetiva — todos os que vendem sua força de trabalho, ainda que não se reconheçam como parte de um todo. Já a classe para si nasce quando essas pessoas passam a se enxergar como parte de um mesmo processo de exploração e, por isso, decidem lutar juntas. A consciência de classe é, então, mais do que uma noção moral ou uma ideia sociológica: é uma forma de despertar coletivo . Mas entre Lukács e nós há um século de abalos. No tempo dele, a luta era feita no chão da fábrica, no sindicato, na greve, na construção de partidos. A industrialização avança...