Liberdade com Lado: justiça e presença.


Nós, trabalhadoras e trabalhadores, não viemos aqui pedir favorzinho.
Nem estamos em busca de jeitinho, esmola ou quebra-galho.
O que queremos — o que exigimos — é respeito, é dignidade, é direito.

E como disse José Martí, com a fúria mansa dos que sabem o valor da justiça:

“Direito não se pede, se toma. Não se mendiga, se conquista.”

I. Um mundo em ruínas e disputas

O século XXI já não disfarça: as guerras se tornaram norma, não exceção.
Enquanto Gaza sangra sob os escombros — com milhares de vidas apagadas por Israel —
enquanto o Irã e o Líbano se equilibram na beira do abismo,
enquanto a Rússia bombardeia e a Ucrânia resiste com armas da OTAN,
o que está em jogo não é apenas geopolítica.
É o valor da vida.
É a manipulação da narrativa global, onde quem morre nunca é o centro, mas o efeito colateral.

Em todos os lados, o império fala em “defesa”, mas age com destruição.
Os povos falam em existência, mas são calados com drones, cercas e sanções.
A guerra é o fracasso da política e o triunfo do capital sobre a carne.

II. No Brasil, a democracia tropeça nos donos do poder

Enquanto isso, aqui, neste território que chamamos de país,
o Congresso Nacional age como uma trincheira do privilégio:

  • a bancada ruralista planta agrotóxicos e colhe impunidade;
  • a bancada da bala legisla sob o barulho dos tiros;
  • o rentismo vota com calculadora em uma mão e uma tesoura na outra.

Ameçam não deixar passar o fim da cobrança de imposto de renda para quem ganha pouco mais de três salários mínimos.
Querem negaram o imposto sobre grandes fortunas.
Derrubaram a proposta de aumento do IOF para taxar o capital especulativo.
A conta da justiça social continua chegando para quem tem menos.

E ainda dizem que a democracia está funcionando.

III. Liberdade não é retórica — é urgência

Vivemos num país onde a liberdade foi capturada.
Liberdade de quem?

  • Da trabalhadora que pega três conduções ou do latifundiário que lucra com a grilagem?
  • Do jovem periférico que é alvejado pela polícia ou do banqueiro blindado nos gabinetes da Faria Lima?

A liberdade que defendemos não cabe no discurso do mercado.
Ela se escreve com chão, com sangue, com memória.
É a liberdade de dizer não à fome, ao desalento, à injustiça.
É a liberdade de viver sem medo, sem humilhação, com dignidade.

IV. Autonomia: fazer política como quem planta

Nos bairros, nos assentamentos, nas escolas ocupadas, nas redes solidárias:
ali a autonomia floresce.

Não como isolamento,
mas como ação coletiva que desafia a ordem da obediência e da escassez.

Autonomia é o nome que damos ao ato de imaginar junto,
de criar o novo com as ferramentas que temos e os sonhos que nos atravessam.

V. A luta de classes segue: invisível, mas feroz

Os de cima querem que acreditemos que ela acabou.
Mas ela continua — agora com crachás, aplicativos e metas de produtividade.
Agora com robôs, algoritmos e desinformação.

Enquanto houver fome, há luta.
Enquanto houver lucro de poucos à custa da miséria de muitos, há luta.

E ela precisa ser nomeada, organizada e ampliada.

VI. Um socialismo que não tem vergonha do povo

Não queremos um socialismo de gabinete, nem de slides em seminário.
Queremos o socialismo das feiras populares, das cozinhas solidárias,
das escolas libertadoras, das lutas ambientais, dos sindicatos vivos.

Queremos um socialismo que saiba:

  • que a palavra deve doer quando necessária,
  • que o afeto deve ser prática política,
  • e que a dignidade é o nome mais bonito da revolução.

VII. Conclusão: o direito de dizer “basta” e o dever de criar o novo

Somos a gente que acorda cedo, sonha tarde e insiste sempre.
Somos poucos?
Talvez.
Mas somos semente.
Somos contracorrente.
Somos o que este mundo ainda não conseguiu apagar.

Este manifesto é só uma palavra —
mas uma palavra viva, molhada de história e de futuro.

Direito não se pede, se toma.
Não se mendiga, se conquista.
E não se conquista sozinho.

Tem Luta!

Sigamos!

blog ppplebeu — onde a irreverência é método, a poesia é trincheira, e a política é território da criação.


Comentários