IOF, Congresso e a Luta de Classes: Não foi derrota do Lula — foi vitória dos ricaços. Mas o PSOL não se calou.
Enquanto o Brasil tenta respirar sob o peso da desigualdade histórica, o Congresso Nacional decidiu dar mais uma ajuda aos que menos precisam: derrubou o decreto presidencial que ajustava as alíquotas do IOF, um imposto que incide sobre operações financeiras e poderia ampliar a arrecadação do Estado, tocando de leve nas margens do capital especulativo.
A
narrativa dominante tentou emplacar que o governo Lula sofreu uma derrota
política. Mas vamos direto ao ponto: não foi uma derrota de Lula — foi uma
vitória dos ricaços.
Quem
perdeu foram as trabalhadoras e os trabalhadores, que mais uma vez viram
o parlamento agir em defesa dos seus patrões.
Nos
venderam a história de que era “apenas um decreto”. Mas o que está em jogo é
muito mais: é o coração da política econômica brasileira, dominada há
décadas pelo rentismo, pelos banqueiros e pelos operadores do capital
improdutivo.
Ao
barrar o aumento do IOF, o Congresso se colocou frontalmente contra qualquer
tentativa de justiça fiscal. Mais uma vez, mostrou sua verdadeira natureza:
não é casa do povo, é casa da elite.
E isso
ficou ainda mais evidente quando observamos que:
- O governo propôs uma medida
moderada, ajustando o IOF para ampliar recursos públicos.
- O Congresso, dominado por
bancadas do agronegócio, da bala e do mercado, barrou o decreto.
- A grande mídia silenciou ou
distorceu os fatos.
Diante
da agressão institucional à política fiscal do Executivo, foi o PSOL quem
teve a coragem de agir primeiro: o partido entrou com uma Ação Direta de
Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF), denunciando o abuso do
Congresso e defendendo o direito legítimo do Executivo de regular tributos.
E não
fez isso por Lula ou por Haddad — fez pelo povo, pelos cofres públicos,
pela soberania da política diante do capital.
Com
isso, o PSOL reafirma sua vocação de fazer oposição ao sistema, não ao povo.
Atua com coragem onde muitos se omitem. Denuncia o privilégio, enfrenta os
tubarões, não se curva às chantagens da velha política.
O
deputado Elvino Bohn Gass (PT/RS) foi cirúrgico: “Não é derrota do Lula. É
vitória dos ricaços.”
Toda vez
que o governo tenta mexer — ainda que minimamente — nos privilégios
bilionários da elite, o Congresso se mobiliza com urgência. É como se
houvesse um botão secreto de pânico: tocou no lucro, os barões apertam, e o
Parlamento age. Rápido, voraz, implacável.
O que
vimos não é exceção — é a regra de um sistema político e econômico que
protege os de cima e mantém o povo embaixo.
Essa
disputa não se resolve em liminares. Ela expõe o que a teoria crítica já nos
ensinava: o Estado é um campo de forças onde predomina a reprodução das
relações de classe.
Mesmo
governos populares esbarram na estrutura. Mesmo medidas tímidas encontram
barricadas. E quando o Executivo tenta fazer um pequeno movimento em direção à
justiça tributária, a estrutura reage com violência institucional.
É o
capital que manda. E manda bem.
Mas
há resistência — e ela é necessária
O PSOL,
ao acionar o STF, fez mais do que um movimento jurídico: fez um gesto
político e pedagógico. Disse ao povo: "Não nos calaremos diante do
privilégio. Não fingiremos normalidade enquanto o Congresso protege bilionários
e sabota o interesse público."
Esse
gesto precisa ser reconhecido e ampliado. É preciso:
- Repolitizar a luta
tributária.
- Escancarar quem ganha e quem
perde.
- Ligar a denúncia à
organização popular.
Porque a
verdadeira resposta a essas vitórias dos ricaços não virá só nos tribunais.
Virá da base, da rua, da consciência, da mobilização.
A
derrubada do decreto do IOF mostrou, mais uma vez, quem tem poder real no
Brasil. Mas também mostrou quem tem lado.
Que esse
episódio não nos desanime, mas nos fortaleça. Que possamos tirar dele a lição
mais profunda: é preciso transformar as estruturas, não apenas ocupá-las.
E nisso,
seguimos. Irreverentes, combativos, solidários — e plenamente conscientes de
que o futuro não será dado. Será conquistado.
Tem
Luta!!
Sigamos!!
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