O Hidroanel Metropolitano como solução ao transporte de cargas e alternativa ao Turismo.

Incompatível com o aterro de inertes na APA do Rio Tietê, em Suzano-SP, o Hidroanel Metropolitano é um projeto que visa melhorar a mobilidade e a infraestrutura de transporte na região metropolitana de São Paulo, utilizando os rios Tietê e Pinheiros como vias navegáveis. 

O projeto propõe a construção de canais de navegação, terminais e estações ao longo dos rios, possibilitando o transporte de cargas e passageiros.

O objetivo principal do Hidroanel Metropolitano é reduzir o tráfego nas rodovias e melhorar a logística de transporte na região, contribuindo para a diminuição de congestionamentos e emissões de poluentes. Além disso, a implantação do sistema hidroviário pode trazer benefícios econômicos, como a redução dos custos de transporte e a revitalização das áreas ribeirinhas.

O conceito de hidroanel metropolitano, que utiliza rios e canais como vias navegáveis para transporte em áreas urbanas, é uma alternativa importante. Existem projetos semelhantes em algumas regiões do mundo. Como por exemplo a cidade de Paris que possui um sistema de hidrovia conhecido como "Canal de l'Ourcq". Ele conecta o Rio Sena ao Canal Saint-Denis, permitindo o transporte de cargas e passageiros ao redor da cidade.

EM Londres, Reino Unido, o Rio Tâmisa é usado como uma importante via de transporte fluvial. O transporte de passageiros e mercadorias é realizado por meio de serviços de balsas e barcaças.

A cidade de Amsterdã, Holanda é conhecida por seus canais famosos, como os canais Prinsengracht, Herengracht e Keizersgracht. Esses canais são usados para transporte de cargas e turismo, além de serem uma característica importante do sistema de mobilidade da cidade.

Outra alternativa radical de uso de hidrovia está em Guangzhou, China.  A cidade de Guangzhou possui um sistema de hidrovia extenso que conecta o Rio das Pérolas a canais e rios internos. O transporte fluvial é uma parte importante da infraestrutura de transporte da cidade.

Na Região Metropolitana de São Paulo foi elaborado em 2009, pela FAU USP, o projeto do Hidroanel Metropolitano. Trata-se de uma rede de vias navegáveis composta pelos rios Tietê e Pinheiros, represas Billings e Taiaçupeba, além de um canal artificial ligando essas represas, totalizando 170km de hidrovias urbanas.

O projeto baseia-se no conceito de uso múltiplo das águas, estabelecido na Política Nacional de Recursos Hídricos, que considera as águas um bem público e um recurso natural limitado, cujo uso deve ser racionalizado e diversificado de maneira a permitir seu acesso a todos. Um ponto  importante, que mais uma vez, coloca em cheque a alternativa do governo de Suzano de permitir o Aterro da Várzea do Rio Tietê para fins de condomínio industrial. Esta Política prevê o transporte hidroviário na utilização integrada dos recursos hídricos, visando um desenvolvimento urbano sustentável. 

O debate sobre o hidroanel também foi proposto por Marcelo Candido, ex-prefeito de Suzano-SP,  nas eleições paulistas de 2018. A proposta do hidroanel metropolitano faz parte do programa de governo e resgata os esforços anteriores na busca por alternativas viárias para a região metropolitana de São Paulo.

"Eu defendo que o estado tire do papel um projeto que ele mesmo contratou que é o projeto do hidroanel metropolitano. Ele foi desenvolvido há mais ou menos 10 anos pela Universidade de São Paulo, pela Faculdade de Arquitetura e urbanismo. É um projeto caro, um projeto de duração de 20 anos", afirmou Candido. Ele estima que o valor avaliado para tirar o projeto do papel esteja em torno de R$ 5 bilhões ou R$ 6 bilhões." afirmou Marcelo à epoca.

O Hidroanel Metropolitano de São Paulo é uma rede de vias navegáveis que totaliza 170km   de hidrovias urbanas e apresenta uma alternativa importante para as 39 cidades da região.

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