Carta a Jeter Gomes!


Olá, bom dia! Nossa luta permanece. Nosso posicionamento político que age, luta, sonha e se posiciona na construção  da justiça, da igualdade e dos direitos de cada uma e cada um de nós continua inquieto, rebelde, envelhecido é verdade, porém com espírito daqueles que mantém a irreverência e, nossa fé, também, permanece. 

Mas sabemos que não  podemos deixar nunca de refletir:  quem realmente somos nós. O que realmente permite que possamos nos posicionar como lutadoras e lutadores em busca de liberdade, justiça e direitos. 

Afinal somos seres humanos de carne e osso, temos fala, temos sensações, temos sentimentos, temos razão, temos vontade, temos expectativas, temos imaginação, temos esperança mas, também, temos desespero.

Independente do tempo e do lugar que viemos e vivemos, estas características são  inatas e faz  daquele ensinamento do livro do gênesis da  bíblia cristã uma grande verdade: somos semelhantes, somos a imagem e semelhança.

Então, para mim, fica muito difícil dizer o que realmente faz, de alguns de nós, portadores da luta por igualdade, justiça, liberdade e dignidade e outros de nós, ao nosso ver são signatários da desgraça, da ideia imperialista, da sanha assassina de gente, de mulheres, de negros, de pobres, de indígenas e crianças.

Porque existem aqueles que são meros consumistas dos produtos do capital, filhos da construção ideológica e destruidora da sociedade capitalista de consumo, e meros oportunistas que se agrupam nas esquinas da superestrutura e como vermes se alimentam do sangue, do corpo e do tempo da trabalhadora e do trabalhador que sustenta a estrutura social.

Porque existem aqueles que não sabem a importância de estar um ano na luta política e na universidade e na academia construindo as teorias e aperfeiçoando o método científico e o outro ano ir para a colheita de arroz e, ali também, permanecer na luta política, e na academia da vida, aperfeiçoando o método político?

Acho que perguntas podem nem ser importantes, mas o mais importante é a busca pelas respostas às estas indagações que permanecem a nos consumir e a nos inquietar. O importante é nossa ação concreta. O importante é a luta. Queremos justiça, e justiça pra valer!!

Aprendi que a justiça está nas coisas, nos alimentos, nos sentimentos e na razão.

Está no pão que não deixa passar fome a criança, a mulher e o homem.
Esta no trigo que faz o pão, e no aço que ara a terra.
Está no amor e na amizade que me faz gostar de você, e na tristeza que me faz ver que nossa dignidade é muito vulnerável, assim como vulnerável é a paz e a própria justiça.

Porque entre as coisas, os alimentos, os sentimentos e a razão está o modo como decidimos utilizar o pão, os sentimentos, o alimento e a própria razão. Tudo passa por uma decisão política.

O  pão que alimenta e salva pode ser utilizado para dominar e escravizar.
O aço que ara pode ser utilizado para destruir e matar.
Os sentimentos podem servir para sofrer, chorar e desesperar,
Já a razão, esta é utilizada para escolher, de qual lado ficar.

Penso que meu trabalho é importante, mas o do outro não deve ser menos importante. Penso que as importâncias são parâmetros para decisões. E tomar decisões, aquilo que fazemos a cada momento é da nossa própria natureza. É importante estar consciente disso. Se não estiver consciente disso jogaria a  razão na inconsciência e caminharia pelos vales de sombras de ilusão. Sim, porque ilusão é sombra que joga uma penumbra forte na capacidade de lutar contra uma ideologia  dominante que nos faz julgar pela regras da racionalidade burocrática de um sistema desumano e de um arcabouço fiscal, jurídico, político e cultural dominador, destruidor e excludente.

Sair desta lógica ilusória estabelecida pelo sistema que produz sonhos de consumo é um desafio,

Queria convidar você para juntos construirmos uma fábrica de chips. Precisamos sair desta lógica do sonho de consumo para entrar na lógica do sonho de produção.

A fábrica de chips também precisa da construção de um novo algoritmo para dar funcionalidade aos chips que iremos construir.

Quero que nosso chip tenha como base o controle do elétron do molibdênio que é 150.000 vezes mais eficiente que o controle do elétron do átomo de silício.

Também não podemos deixar de estabelecer uma forte linha de pesquisa para avançar na construção de uma tecnologia que permita dominarmos o controle digital do fóton. Nossa física quântica permite que possamos reorganizar o espaço utilizado pela energia, desde que em pequeníssima quantidade.

Quanto aos algoritmos que iremos desenvolver daremos a eles a capacidade de processar informações que fazem parte de nosso mundo real, de nossas inquietudes, de nossos desafios e nossa diversidade.

Precisamos furar os padrões que sustentam e dão bases para a logica dos algoritmos atuais que replicam toda a história de injustiças que vivemos até hoje.

Mas esta é apenas uma pequena proposta. Uma fábrica de componentes eletrônicos conduzida por trabalhadores e trabalhadoras seria uma contribuição muito grande para o avanço de novos mercados com características mais humanas.

Hoje estou focado na agricultura familiar, lá no Sitio Vovó Natália, não vejo a hora de voltar para lá.

Assim que avançarmos um pouco mais em nossa luta política aqui na região do Alto Tietê, onde  precisamos derrotar o governo fascista do PL que nós mesmos ajudamos eleger. Temos responsabilidade nisso e precisamos concluir esta etapa.

Espero que o PSOL e o PT tenham capacidade de organizar uma frente capaz de dar esta resposta. Avançamos, temos construído espaços. Ontem em nossa andança pela Alesp foi possível ver que há muito potencial nesta organização. Mas por outro lado, percebemos que há muitos desafios a serem superados.

Temos prioridades estratégicas e de luta. O movimento LGBTQIA+ e o movimento em defesa do meio ambiente possuem interações e dinâmicas distintas que se complementam no fortalecimento da nossa presença no território e na capacidade de sensibilizar e ampliar nossa cidadania e purificar os interesses que se estabelecem nas relações de construção da cidade.

Não podemos permitir que o preconceito avance e não podemos deixar que a destruição do meio ambiente seja um pressuposto para a criação de novos negócios.

Por outro lado podemos e devemos ampliar nosso debate e nossa presença nas políticas de saúde, de educação, nas políticas de proteção e segurança social e no desenvolvimento das relações urbanas e de produção da cidade.

Enfim, tem luta!!

Sigamos. 

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