Crise, Fascismo e Esperança: Por Que a Mudança Começa nas Cidades


Vivemos tempos de travessia. O capitalismo global, em sua fase atual, não esconde mais as suas entranhas: financeirização desenfreada, destruição ambiental, aumento da pobreza, precarização do trabalho e um modelo de democracia em frangalhos.

O sistema produziu riquezas, sim. Mas concentrou tanto poder e renda nas mãos de tão poucos que hoje a conta chegou:

  • Famílias endividadas nos países centrais
  • Trabalhadores empobrecidos nas periferias do mundo
  • Pequenos produtores esmagados por monopólios
  • A terra exausta, o clima em colapso, a vida ameaçada.

O capitalismo foi, por séculos, robusto para os que enriqueceram com ele. Mas nenhum sistema social sobrevive de crises eternas. O que estamos vivendo agora é o esgotamento de um modelo que não serve mais à humanidade.

O Rancor Virou Moeda Política

Diante desse cenário, o fascismo não surge por acaso. Ele é o grito do sistema para tentar manter o controle quando o povo começa a perceber que foi enganado.

Nos Estados Unidos, o fenômeno Trump cresceu sobre o ressentimento de setores médios e populares que viram o sonho americano virar pó. No Brasil, o bolsonarismo ainda resiste, mesmo depois da derrota eleitoral. Ele se alimenta do ódio social, das frustrações, da raiva de quem foi iludido por promessas neoliberais e não viu o padrão de consumo chegar.

Quando a democracia não responde às necessidades concretas do povo, o fascismo oferece um falso atalho: diz quem é o inimigo, aponta culpados fáceis, promete força e não solução.

Guerra Comercial ou Guerra Institucional?

O chamado "tarifaço de Trump" é um exemplo disso. Com uma canetada, os Estados Unidos ameaçam produtos brasileiros, paralisam exportações e colocam em risco a renda de milhares de produtores.
Não se trata apenas de uma guerra comercial: é parte de uma disputa por poder global, uma forma de controlar economias do Sul pela imposição de barreiras e sanções.

A própria ameaça dos EUA contra ministros do STF brasileiro revela isso: não é só uma questão de mercado, mas de hegemonia imperialista, de manter as regras do jogo sempre a favor dos mesmos.

E a Cidade com Isso? Tudo.

Pode parecer distante, mas não é. A crise global bate à porta das cidades. Ela chega no desemprego, no preço da tarifa elétrica, na privatização da água, na falta de oportunidade para a juventude, no abandono das periferias.

Por isso, nossa resposta não pode esperar por soluções mágicas vindas de fora. A mudança começa no território. Começa aqui.

Seis Caminhos para um Futuro Possível

Propomos um outro rumo, partindo do local para o universal:

Reindustrialização Verde e Soberana: Produção local, ecológica, com tecnologia própria e empregos de verdade.

Democratização Radical da Política e da Informação: Construir poder popular, transparência real e comunicação com o povo, sem fake news.

Reforma Agrária Ecológica e Descolonização Alimentar: Produzir comida limpa, acessível, com respeito à terra e às culturas locais.

Educação Crítica e Emancipadora: Formar gente livre, consciente e participativa, sem escolas militarizadas ou educação como mercadoria.

Tecnologia a Serviço da Vida: Dados como bem comum, inteligência artificial para o povo, soberania digital.

Aliança entre os Povos do Sul Global: Romper com o imperialismo, construir pontes entre cidades, territórios e comunidades que lutam pelo mesmo.


Comentários