A Crise do Capitalismo, o Fascismo e a Luta por um Novo Mundo


Vivemos um tempo histórico marcado pela exaustão do modelo econômico vigente.
O capitalismo global, em sua fase de financeirização extrema, transformou o mundo em um gigantesco cassino especulativo, ao mesmo tempo em que destrói as bases materiais da vida e da democracia.

Mesmo os países centrais – como os Estados Unidos – veem hoje o aumento da pobreza, o endividamento das famílias e a precarização do trabalho. Os centros do capitalismo, outrora vitrines do consumo, enfrentam uma contradição evidente: o sistema produz riqueza, mas concentra cada vez mais a renda nas mãos de uma minoria parasitária.

Essa engrenagem de produzir crises para gerar lucro não é sustentável historicamente. Nenhum sistema social pode sobreviver indefinidamente gerando miséria e devastação ao mesmo tempo em que alimenta crises internas e externas como modo de existência.

O Ressentimento como Matéria-Prima do Fascismo

Essa realidade social cria um terreno fértil para o avanço de modelos fascistas ou protofascistas de governo.

Nos Estados Unidos, o fenômeno Trump é mais do que um projeto de poder conservador: é a tentativa de capturar o ressentimento da classe trabalhadora precarizada, dos pequenos empresários em crise e dos setores médios que não alcançaram o padrão de consumo prometido pela ideologia neoliberal. No Brasil, o bolsonarismo, mesmo com a derrota eleitoral de Bolsonaro, continua sendo um campo organizado de rancor social, ódio e ressentimento de classe, sustentado por uma narrativa que inverte a realidade: aponta o “inimigo” em minorias, na esquerda ou nos pobres, e não no sistema que realmente precariza e explora.

O risco é claro: quando a democracia não resolve as demandas concretas da população, o fascismo avança.

Tarifaços, Guerras Comerciais e Guerra de Narrativas

O mais recente episódio dessa crise se traduz no chamado "Tarifaço" de Trump, que ameaça diretamente a economia brasileira e a do Sul Global. O governo norte-americano, pressionado por suas crises internas, responde com protecionismo comercial brutal, desestabilizando cadeias produtivas e colocando em risco exportações importantes, como as 77 mil toneladas de frutas brasileiras que estão paradas à espera de liberação nos portos.

🔗 Link referência - Matéria 1

🔗 Link referência - Matéria 2

Essas medidas não são apenas guerra comercial: são parte de uma guerra institucional e simbólica. O episódio das sanções dos EUA contra ministros do STF no Brasil, sob pretexto de defesa da democracia, revela o outro lado da moeda: a ingerência sobre as instituições políticas de outros países faz parte da manutenção da hegemonia imperialista.

🔗 Link referência - Lula critica as sanções 

Do Local ao Global: O Papel da Cidade e do Mandato Popular

Diante desse cenário, a construção de alternativas não pode ser apenas internacional ou macroeconômica.
Ela precisa começar nas cidades, nos territórios, no cotidiano do povo.

Por isso, propomos:

  • Construir uma economia local solidária, soberana e verde, conectada com outras cidades do Brasil e do Sul Global.
  • Radicalizar a democracia participativa, organizando o orçamento público para responder às necessidades concretas da população e não aos interesses do mercado.
  • Educar politicamente a sociedade, esclarecendo que o fascismo não é uma saída, mas uma armadilha que serve ao mesmo sistema que gera fome e miséria.
  • Organizar redes populares de comunicação, enfrentando a desinformação e formando consciência crítica.

O Desafio Histórico

Estamos diante de uma encruzilhada: Ou a humanidade reorganiza seu modo de produzir, viver e consumir em bases ecológicas, solidárias e democráticas, ou seremos tragados por um ciclo interminável de crises, guerras e barbárie.

O tempo de decidir é agora. E a decisão começa no território, no mandato popular, na cidade e na construção do poder popular real.


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