Aterrar a lagoa Raposão às margens do Rio Tietê não é uma boa ideia. É uma ideia muito ruim!


Aterrar uma lagoa às margens do Rio Tietê, especialmente estando localizada em uma Área de Proteção Ambiental (APA), não é uma boa iniciativa e pode ter sérias consequências ambientais e sociais. Aterrar uma lagoa em uma zona de APA pode causar danos irreversíveis ao ecossistema local. As lagoas desempenham um papel importante na manutenção da biodiversidade, servindo como habitats para diversas espécies de plantas e animais. Ao aterrar a lagoa, essas espécies podem perder seus locais de reprodução e abrigo, levando a um declínio na diversidade biológica da área. A lagoa, assim como outros corpos d'água, contribui para o ciclo hidrológico da região, regulando o fluxo de água e ajudando a reduzir os impactos das enchentes. Aterrá-la pode perturbar esse equilíbrio hidrológico, aumentando o risco de inundações em épocas de chuvas intensas. A remoção da lagoa pode levar ao aumento da erosão nas margens do rio e do assoreamento, ou seja, o acúmulo de sedimentos no leito do rio, prejudicando ainda mais o ecossistema aquático e os cursos d'água.

Lagoas em áreas de APA demandam uma política de integração e uma urbanização capaz de gera atividades recreativas e de lazer pela comunidade local. Aterrá-las pode privar as pessoas desses espaços valiosos para o bem-estar e a qualidade de vida. Também a que pensar que a abrir mão da lagoa pode ter impactos negativos nas comunidades que dependem dela para sustento, pesca ou outras atividades econômicas. Além disso, pode gerar conflitos e disputas em relação ao uso da terra e dos recursos naturais.

Em vez de aterrar a lagoa, é importante que sejam adotadas medidas de preservação, recuperação e gestão sustentável dessas áreas. O planejamento adequado do uso do solo, o tratamento de águas residuais e o estabelecimento de zonas de preservação são exemplos de ações que podem ajudar a proteger e conservar os ecossistemas aquáticos e ribeirinhos, garantindo a sustentabilidade ambiental e social da região. É fundamental envolver a comunidade local, especialistas e autoridades ambientais na tomada de decisões que afetem esses importantes recursos naturais.

Não podemos deixar de perceber que existe uma ideia geral de ocupação predatória de todo este território da várzea do Rio Tietê em Suzano-SP. A preservação de lagoas, rios e suas várzeas é essencial, especialmente em tempos de crise hídrica e climática. A ocupação predatória, a especulação imobiliária e o aterramento de áreas naturais, como a lagoa do Raposão em nossa cidade, podem ter impactos significativos e duradouros no meio ambiente, na biodiversidade e na qualidade de vida das comunidades locais. A degradação e destruição desses ecossistemas naturais resultam em perdas de habitats, ameaça à biodiversidade, aumento do risco de inundações, erosão e perda de serviços ecossistêmicos valiosos. Além disso, essas ações podem comprometer a disponibilidade e a qualidade da água, o que é particularmente preocupante em tempos de escassez hídrica.

Neste contexto, é de extrema importância combater políticas que priorizem a ocupação desenfreada e a especulação imobiliária em detrimento da preservação ambiental. Em vez disso, é necessário promover práticas de desenvolvimento sustentável que respeitem e protejam os recursos naturais, incentivando o planejamento urbano responsável e a conservação de áreas sensíveis.

A preservação das lagoas, rios e suas várzeas deve ser uma preocupação prioritária, pois esses ecossistemas desempenham um papel fundamental na manutenção da biodiversidade, na regulação dos ciclos hídricos e na qualidade de vida das pessoas. É importante envolver a sociedade civil, especialistas, instituições governamentais e órgãos ambientais para trabalhar em conjunto na busca de soluções sustentáveis para o desenvolvimento, garantindo que as gerações futuras também possam desfrutar dos benefícios dessas áreas naturais.

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