Para Uma Revolução Consciente.
Todos os seres humanos são dotados de inteligência e perspicácia. Estas características permitem a adaptação ao ambiente e permite nossa sobrevivência, óbvio. Porém algumas coisas especiais que fazemos, entre elas a arte e a política , precisam de três características principais de nossa natureza: vocação, talento e espiritualidade. Óbvio?
Quando falta a vocação, o indivíduo, sempre resignado, torna-se um invejoso e inconsequente.
Sem talento, vive na tentativa de copiar o modo de fazer. Normalmente é bem treinado e tenta copiar tudo que consegue, dentro de sua mesquinhez, avança sobre tudo que seu instinto permite perceber.
A espiritualidade, necessária, para olharmos para dentro de nós mesmos e do outro, nos provoca a perceber o quanto somos pequenos perto de toda existência. Nossa insignificância histórica, biológica e cosmológica, através da espiritualidade se torna grande, quando, pela solidariedade, nos ligamos à humanidade de cada uma e de cada um.
Fazer política, assim como a arte e a ciência, precisa de vocação , talento e espiritualidade , caso contrário a mediocridade impera.
Quando vivemos, estudamos ou prestamos mais atenção na arte, na política e/ou na religião, ( e aqui quero deixar de fora os pastores picaretas e as igrejas sacanas e safadas da moda neopentecostal neofascista e neoliberal da atualidade), não é simples perceber e compreender o método de investigação e a metodologia mais eficaz. Encontrar a metodologia adequada para investigar a arte, a política e a religião continua um desafio. Um método apenas não é suficiente. Portanto nosso espírito humano para contornar o desafio, tivemos a ousadia de criar os vários métodos científicos para burilar com a política, a arte e a religião. A história, a sociologia, a filosofia, a fenomenologia, a epistemologia, a antropologia entre outros, nos capacitam a navegar profundamente pelas diversas facetas desta nossa realidade.
Mas o dia a dia, o cotidiano e o exercício destas realidades não podem esperar o tempo de maturação que o entendimento rigoroso necessita para se instalar em nossas individualidades. Precisamos caminhar, e sabemos que não queremos só comida, queremos muito mais.
Daí nossa capacidade espiritual e nossa vocação entra em campo para, não cortar caminho, mas para dar o fermento e a materialidade necessária para colocarmos em prática nossa natureza política, espiritual e artística. Por isso somos revolucionários por natureza. A cada momento fazemos e exercitamos o novo e podemos fazer o exercício de viver o infinito em cada segundo.
Quanto exercemos nossa militância, sem medo e com a coragem que mora em nosso coração, temos a ousadia de superar nosso estado de natureza e, com coragem, abrimos mão da guerra de todos contra todos e podemos ganhar consciência daquilo que somos e daquilo que podemos ser.
Nossa tarefa atual é ganhar consciência de classe e compreender que a classe é uma estrutura ideológica criada por um sistema de produção e por um conjunto de compreensões falsas da realidade que submetem o sujeito para a condição de objeto, perdendo dai a capacidade de exercitar a comunhão e a a partilha, criamos, então, um mundo de opressores e oprimidos, onde quem pode mais chora menos e as casas, os lares ficam vazios de pão , de arte, de espiritualidade e de compreensão política sobre a realidade.
Sabemos que casa que falta pão todo mundo briga e ninguém tem razão e a coisa mais feia que tem é brigar por causa de mistura, é querer ter, sem o cuidado de querer ser e, sem prestar atenção, vai perdendo sua humanidade, não desenvolvendo sua natureza militante e jogando na lata do lixo a semente de sua vocação, espiritualidade e enterrando seus talentos. Quando ocorre isto a mediocridade impera, o indivíduo se torna um golpista dele mesmo e de sua comunidade. Esconde-se atrás da mentira e de mecanismos ardilosos de manipulação e enganação.
A estes tipos devemos dizer com energia : canalhas, canalhas, canalhas: não passarão e, com certeza, no próprio terreno de desgraça que constroem perecerão. Mas saibam que estamos aqui. Nossa missão permanece e nossa capacidade de luta sempre aumenta. Nosso compromisso histórico e nossa obstinação pela justiça pra valer nos guia e nos conduz.
Por isso tem luta!
Sigamos!
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