O Aterro de Inertes na Várzea do Rio Tietê em Suzano-SP: Um Modelo Predatório de Ocupação


O desafio da reforma urbana para nossas cidades permanece atual e necessário. Com a criação do ministério das cidades e do meio ambiente avançamos neste debate, é verdade, porém, quando consideramos os impactos socioambientais que ainda são gerados a partir de uma falta de presença do estado em áreas de ocupação predatória os esforços de gestão e construção de alternativas são mais exigidos. 

Nesse contexto, o aterro de inertes na várzea do rio Tietê em Suzano-SP surge como um exemplo contundente de um modelo predatório de ocupação. Trata-se de uma prática que além de ser antiga e ultrapassada, carrega consigo uma série de consequências negativas, como a concentração de renda, a destruição da biota local, os riscos associados às enchentes, a geração de pobreza e insegurança. 

Neste caso específico temos a presença do estado, através da Cetesb que permitiu uma licença precária para um empreendimento duvidoso. É urgente repensar e adotar alternativas contra esta ocupação nociva. Pois o governo de Suzano-SP influenciado pelas políticas neoliberais e excludentes destruiu o organismo de politica urbana local. Criou no lugar um instrumento que trata de Assuntos Urbanos ligados aos interesses de especuladores e antigos predadores imobiliários. Por conta disso lutamos.

Primeiramente, é essencial ressaltar que a opção pelo aterro de inertes na várzea do rio Tietê representa um modelo ultrapassado de urbanização que não considera os avanços e conhecimentos atuais em termos de desenvolvimento sustentável. A concentração de renda é uma das consequências inerentes a essa iniciativa, uma vez que os benefícios da ocupação são destinados a poucos como os donos da mineradora, os donos da imobiliária e aos agentes de governo que foram coniventes com este projeto, enquanto a maioria da população local irá permanecer à margem desse processo, sem acesso adequado a serviços básicos e qualidade de vida .

A destruição da biota local é outro impacto lamentável desse modelo predatório. A várzea do rio Tietê abriga uma rica biodiversidade, que é severamente comprometida pela ocupação desordenada. Espécies de fauna e flora podem ser extintas ou forçadas a se deslocar, ocorrendo em desequilíbrios ecológicos que reverberam em todo o ecossistema. Essa perda é irreparável e prejudica tanto o ambiente natural quanto as futuras gerações.

Além disso, a localização escolhida desse tipo de ocupação traz consigo riscos para a segurança das famílias do entorno, especialmente em relação às enchentes. A várzea dos rios é uma área naturalmente sujeita a inundações, e a construção nesses espaços aumenta a vulnerabilidade das comunidades locais. Ocorrências de enchentes podem resultar em danos materiais, perda de vidas e agravamento das condições de vida das pessoas que vivem na região.

A geração de pobreza também é uma faceta preocupante desse modelo. A concentração de renda e os efeitos negativos sobre os recursos naturais violentam a qualidade de vida da população, perpetuando um ciclo de desigualdade e dificultando a mobilidade social. A falta de infraestrutura adequada e a degradação ambiental criam um cenário no qual as oportunidades são limitadas e a pobreza se torna uma realidade inescapável para a maioria.

Em relação à insegurança, a ocupação predatória da várzea do rio Tietê em Suzano-SP amplifica os riscos existentes. A falta de planejamento e a ausência de estruturas de contenção de desastres naturais deixa as comunidades à mercê das intempéries. A insegurança física e emocional vivenciada pelos moradores é agravada, reforçando a necessidade de uma abordagem mais responsável e consciente em relação ao uso do espaço urbano.

O aterro de inertes na várzea do rio Tietê em Suzano-SP exemplifica de forma contundente um modelo predatório de ocupação. A concentração de renda, a destruição da biota local, os riscos de enchentes, a geração de pobreza e a segurança são reforços negativos dessa prática. Necessitamos que as autoridades competentes e a sociedade como um todo repensem esse tipo de abordagem e busquem alternativas mais atraentes e identificadas com os princípios do desenvolvimento sustentável, buscando um futuro mais equitativo, seguro e ambientalmente saudável.

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