Acesso à Inteligência Artificial: Um Direito Humano para o Século XXI
A era digital transformou radicalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. A Inteligência Artificial (IA) já não é um conceito do futuro, mas uma realidade presente em nosso cotidiano, influenciando desde a educação até a economia e a política. No entanto, assim como a revolução industrial acentuou desigualdades entre classes e países, a revolução da IA pode reforçar ainda mais a exclusão social caso não haja um esforço coletivo para garantir que todas as pessoas tenham acesso às suas ferramentas e benefícios.
Por que o acesso à IA deve ser um direito humano?
A democratização da IA não se trata apenas de inclusão
digital, mas de justiça social. A IA tem potencial para ampliar o conhecimento
humano, otimizar o trabalho e fornecer soluções inovadoras para problemas
sociais e ambientais. No entanto, a exclusão digital e a falta de acesso à
tecnologia impedem que milhões de pessoas possam utilizar essas ferramentas
para melhorar suas condições de vida.
A ONU já reconhece o acesso à internet como um direito
fundamental, essencial para a liberdade de expressão e para o desenvolvimento
econômico e social. Da mesma forma, o acesso à IA deve ser tratado como um
direito humano, garantindo que todas as pessoas possam usufruir de seus
benefícios e evitar que apenas grandes corporações e países desenvolvidos
dominem essa tecnologia.
A conexão entre IA, justiça social e meio ambiente
A exclusão digital e a concentração do conhecimento
tecnológico em poucas mãos aumentam desigualdades e dificultam a construção de
um mundo mais justo. No contexto da crise climática e da COP30, a IA pode ser
uma ferramenta poderosa para enfrentar os desafios ambientais, otimizando o uso
de recursos naturais, melhorando a gestão de cidades e impulsionando uma
transição ecológica justa.
Se a IA for utilizada apenas por elites e governos que
ignoram os impactos socioambientais, seu potencial será limitado e excludente.
Por isso, é fundamental que os debates sobre inteligência artificial sejam
incorporados às agendas de justiça climática e inclusão digital.
O papel do Brasil e dos BRICS na democratização da IA
O Brasil, como uma das maiores economias do mundo e membro
dos BRICS, tem a oportunidade de liderar um movimento global para garantir o
acesso universal à IA. Assim como a Estação Espacial Internacional foi um
projeto colaborativo entre países para explorar o espaço, a IA deve ser
desenvolvida e compartilhada globalmente como um patrimônio coletivo da
humanidade.
Uma política pública voltada para o acesso universal à IA
deve incluir:
- Infraestrutura
digital acessível, garantindo internet de qualidade e dispositivos
para todos.
- Educação
digital e qualificação profissional, permitindo que as pessoas
utilizem a IA de forma produtiva.
- Parcerias
públicas e privadas, estimulando o desenvolvimento de ferramentas de
IA abertas e gratuitas.
- Regulação
ética e democrática, assegurando que a IA seja usada para o bem comum
e não para interesses corporativos ou políticos restritos.
O que podemos fazer agora?
O Blog Plebeu, comprometido com a inclusão digital, propõe
iniciar esse debate no Alto Tietê e ampliar essa luta para o cenário nacional e
internacional. Em preparação para a COP30, propomos:
- Cursos
e oficinas populares sobre IA, ensinando como essa tecnologia pode ser
usada a favor do povo.
- Debates
e conferências populares, para discutir a IA como instrumento de
justiça social e climática.
- Produção
de artigos e materiais informativos, para engajar mais pessoas no
debate.
- Articulação
com parlamentares e organizações internacionais, levando a proposta do
acesso universal à IA para a ONU e o BRICS.
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