Nota Oficial: A Obra da Fatec em Suzano e o Direito à Memória Pública
Contudo,
para quem conhece a história desta cidade e acompanha de perto as políticas
públicas com responsabilidade, é impossível ignorar um dado central que foi
simplesmente apagado da narrativa oficial: a obra da Fatec Suzano foi
viabilizada ainda em 2010, com a doação do terreno feita pelo então prefeito
Marcelo Candido.
São,
portanto, mais de 14 anos de espera, paralisações e omissões institucionais.
O projeto atravessou o governo Tokuzumi, passou por dois mandatos consecutivos
de Ashiuchi e só agora, após mais de uma década, caminha finalmente para sua
conclusão.
Dizer
que a obra “segue em ritmo acelerado” pode até ser verdade para os últimos seis
meses, mas não corresponde à verdade histórica do processo. A omissão
deliberada da origem do projeto, sua longa interrupção e os agentes públicos
que retardaram sua implementação fere frontalmente o direito do cidadão à
informação qualificada, previsto na Constituição Federal e na Lei de Acesso
à Informação.
Mais
do que uma disputa de vaidades, este episódio revela um método comum na
política institucionalizada: apagar o passado, desfigurar o presente e
capturar obras públicas como palanque privado. Trata-se de uma tentativa de
reescrever a história à luz dos interesses eleitorais.
Nós,
do campo popular, não nos opomos à conclusão da obra — pelo contrário, celebramos
cada metro quadrado construído em favor da educação pública, gratuita e de
qualidade. Mas não nos calamos diante da manipulação simbólica que
transforma projetos coletivos em troféus pessoais.
Memória
também é política. E o que se constrói sem memória, se repete como engodo.
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