Gestão Democrática: o Coração da Educação Inclusiva
No dia 14 de abril,
celebramos o Dia Nacional de Luta pela Educação Inclusiva — uma data
criada em 2004 pelo Sistema Conselhos de Psicologia para mobilizar a sociedade
em defesa de políticas públicas que garantam direito à educação para todos e
todas, especialmente para quem historicamente foi excluído do processo
educacional.
Mas não basta apenas garantir o
acesso à escola. É preciso transformar a escola em um espaço verdadeiramente
inclusivo, democrático e acolhedor. E para isso, a gestão democrática
é peça-chave.
A democracia na escola transforma
o cotidiano
A gestão democrática não é um
detalhe técnico. Ela é uma postura política e pedagógica, que reconhece
o protagonismo da comunidade escolar na construção do projeto educativo. Quando
estudantes, famílias, professoras, funcionários e agentes comunitários
participam das decisões escolares, a escola se torna mais sensível às necessidades
concretas das pessoas.
Na prática, isso significa
escutar as demandas de estudantes com deficiência, transtornos de aprendizagem,
neurodivergências, questões de saúde mental, vulnerabilidades socioeconômicas
ou discriminação de qualquer tipo — e, com base nisso, reorganizar o
funcionamento escolar para garantir o direito de aprender com dignidade.
Da escuta à ação coletiva
A gestão democrática fortalece o
compromisso de toda a comunidade com a inclusão. Rompe com a lógica
tecnocrática ou assistencialista e reconhece que cada sujeito tem algo a
ensinar e a aprender. Essa visão amplia a capacidade da escola de:
- Identificar
e superar barreiras à aprendizagem;
- Promover
práticas pedagógicas flexíveis e adaptadas;
- Valorizar
a diversidade como riqueza pedagógica;
- Lutar
por recursos, formações e políticas que garantam acessibilidade plena;
- Articular
com outras políticas públicas,
como saúde e assistência social.
Direitos humanos como base da
educação
A educação inclusiva não pode ser
vista como um favor ou uma concessão. Ela está baseada nos direitos humanos
e deve ser uma resposta concreta aos danos históricos causados por políticas
segregacionistas ou omissas. Nesse sentido, fortalecer a gestão democrática é
também afirmar o compromisso da escola com a justiça social.
A luta continua: nenhum direito a
menos
A luta pela educação inclusiva é
diária. Não basta celebrar a data de 14 de abril — é preciso que ela inspire ações
permanentes de transformação da escola e da sociedade. Fortalecer os conselhos
escolares, os grêmios estudantis, os fóruns de educação e os
espaços de escuta ativa é garantir que nenhuma pessoa seja excluída ou
discriminada no ambiente escolar.
A gestão democrática é, portanto,
o coração pulsante da educação inclusiva. É nela que se alimenta o sonho
coletivo de uma escola que acolhe, transforma e liberta.
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