A Várzea Chora — e seguimos escutando


Hoje é 10 de julho de 2025.
Seis meses se passaram desde que, em 27 de dezembro de 2024, registramos em vídeo, palavras e presença a violência em curso contra a várzea do Rio Tietê, em Suzano.

Mas a denúncia permanece viva.
Porque o crime não cessou.
Porque a terra continua sendo ferida.
Porque a água ainda tenta respirar debaixo do entulho.

A denúncia é sempre

Aquela estaca fincada na beira da várzea — símbolo da especulação, da arrogância, da mentira legalizada — ainda está lá.
A placa que prometia “Parque Municipal” segue como engodo, enganação, insulto.

Enquanto isso:

  • As nascentes seguem sendo aterradas.
  • A biota, silenciosamente, morre.
  • O povo é afastado do território que lhe pertence por direito ecológico, histórico e simbólico.

A várzea chora.
E é preciso saber ouvir esse choro.

Não se ouve com o ouvido apressado.
O choro da várzea é um sussurro encharcado:
de sapo, de planta sufocada, de memória ribeirinha, de criança que não verá mais o rio onde seu avô pescava.

A omissão de ontem segue sendo a violência de hoje

A empresa Itaquareia, a mineradora Mogiana, a empresa Mediterrâneo, o governo municipal de Suzano e a CETESB permanecem responsáveis por um colapso ecológico em curso.
E o Plano Diretor, alterado sob o comando do ex-prefeito Rodrigo Ashiuchi e da Câmara Municipal, continua sendo a certidão de nascimento da destruição legalizada.

Nada mudou, mas tudo piora silenciosamente.

Seguiremos denunciando — porque escutamos

O Blog P.Plebeu reafirma hoje a denúncia feita há seis meses:
a várzea do Rio Tietê está sendo destruída por interesses privados com o aval do poder público.

E mais: seguiremos denunciando enquanto houver uma gota de vida naquele solo.
Seguiremos ouvindo o povo, a água, os pássaros, o vento, a luta.

Porque o tempo do colapso não é só técnico — é ético.
E o tempo da denúncia não passa — porque ainda é agora.

A denúncia não é do passado.

É do presente.
É contínua.
É prática viva de resistência.

Tem Luta!!

Sigamos!!


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