BRICS, Economia de Francisco e desdolarização: respostas políticas e sociais diante desse cenário de crescente beligerância.
O cenário global realmente aponta para um aprofundamento da guerra híbrida, marcada por desinformação, conflitos econômicos, ataques cibernéticos e disputas militares indiretas. Desde a crise de 2008, o modelo neoliberal enfrenta dificuldades para sustentar seu ciclo de acumulação, e setores da extrema direita têm impulsionado políticas agressivas para tentar reverter essa situação.
A guerra se tornou não apenas uma ferramenta de dominação geopolítica, mas também um mecanismo para destravar novos ciclos de acumulação via indústria bélica, controle de recursos naturais e financeirização da economia de guerra. A instabilidade global, impulsionada por sanções, bloqueios, golpes institucionais e disputas territoriais, parece atender aos interesses de quem vê no caos uma oportunidade para redefinir posições de poder.
Para interromper esse ciclo, a reorganização geopolítica deve envolver a criação de novos blocos de cooperação internacional baseados na multipolaridade, no fortalecimento da soberania dos países do Sul Global e na reestruturação da economia para garantir justiça social. Isso significa fomentar relações internacionais que priorizem o desenvolvimento sustentável, a redistribuição da riqueza e a desmilitarização progressiva das relações entre Estados.
O BRICS, ao fortalecer sua atuação como um bloco alternativo ao eixo ocidental, pode desempenhar um papel central na criação de novas redes de cooperação baseadas na multipolaridade, reduzindo a dependência de instituições financeiras controladas pelas potências tradicionais.
A Economia de Francisco, com sua proposta de humanizar as relações econômicas e redistribuir riqueza de maneira sustentável, representa uma alternativa viável à financeirização predatória. A democratização radical do acesso a tecnologias, educação, saúde e habitação também é essencial para formar uma base social capaz de participar ativamente da política e disputar os rumos do desenvolvimento global.
No entanto, para que essa reorganização geopolítica tenha força, é necessário que haja convergência entre Estados, movimentos sociais e setores produtivos que busquem uma nova lógica econômica, voltada para a cooperação e inclusão em vez da competição desenfreada. Isso exige, por exemplo:
- Desdolarização do comércio internacional para reduzir a vulnerabilidade das economias emergentes.
- Fortalecimento das cadeias produtivas regionais, promovendo a soberania alimentar, energética e industrial.
- Reforma do sistema financeiro global, criando alternativas ao FMI e ao Banco Mundial que priorizem o desenvolvimento sustentável.
- Reestruturação da governança digital, impedindo que grandes corporações e Estados hegemônicos monopolizem o acesso à informação e às novas tecnologias.
- Construção de democracias mais participativas, onde a população tenha maior controle sobre as decisões políticas e econômicas.
As manchetes indicam um agravamento das tensões globais, confirmando a realidade da guerra híbrida e a crescente militarização das relações internacionais. Há alguns pontos centrais nessas notícias que reforçam essa percepção:
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Aprofundamento dos Conflitos Militares
- A Rússia reivindicando avanços territoriais e reagindo a qualquer plano de envio de tropas europeias para a Ucrânia sinaliza que a guerra no Leste Europeu continua a ser um foco de tensão global.
- A pressão de França e Grã-Bretanha por uma força europeia para apoiar a Ucrânia mostra que o conflito não tem perspectiva de resolução diplomática no curto prazo.
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Escalada de Conflitos Comerciais e Econômicos
- A fala de Lula sobre reciprocidade nas tarifas impostas por Trump aos produtos brasileiros reforça que as disputas comerciais podem aumentar.
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Tensões na América Latina
- O México adotando uma postura firme contra qualquer "invasão" dos EUA em sua luta contra cartéis mostra que o país teme uma possível intervenção militar norte-americana, uma prática comum na história das relações entre os dois países.
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Crise Política nos EUA
- A percepção de que Trump "não é tão popular quanto pensava" pode indicar instabilidade interna, o que pode afetar seu governo e as relações internacionais.
O cenário de um mundo multipolar em disputa, onde as potências ocidentais, emergentes e regionais tentam redefinir sua influência. Em nosso campo de atuação, temos a necessidade de articular respostas políticas e sociais diante desse cenário de crescente beligerância.
Tem Luta!
Sigamos!!
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