Reflexões para a liberdade e o pensar
Andar em um cavalo xucro é, para o jovem boiadeiro, um ato de coragem e habilidade. Ele domina o risco com a força das mãos e a destreza do corpo, superando desafios com naturalidade. Mas, e para nós, que lidamos com os desafios da razão e do pensamento? Domar ideias pode ser tão desafiador quanto um cavalo indomável, exigindo não apenas técnica, mas também humildade para reconhecer os limites da razão e ousadia para enfrentar pensamentos radicais, profundos e transformadores. É nesse processo que a verdadeira liberdade se revela: uma construção ética e intelectual que exige disciplina e compromisso.
A
liberdade, tanto no campo como no pensamento, não é algo que se encontra
pronto. Ela se constrói. Assim como o cavaleiro e o cavalo se tornam um só
corpo ao galopar pelas planícies, a verdadeira liberdade surge quando dominamos
a lógica, compreendemos o correto modo de pensar e aprendemos a navegar entre a
moral e a ética, sem nos perder no moralismo. Esse é o caminho que nos conduz a
superar barreiras, mesmo quando o tempo está difícil e o corpo cansado.
E
então, fica a questão: o que significa, realmente, ser livre? Liberdade seria
apenas a ausência de amarras, ou também a capacidade de criar um horizonte
ético que guie nossa existência e nossas decisões? Domar pensamentos não é
aprisioná-los, mas moldá-los, conduzi-los com firmeza, respeitando sua força e
movimento natural, como o cavaleiro respeita o cavalo.
Sonhar
também exige essa liberdade. Uma cidade bonita, como Suzano, de Palmeiras à Boa
Vista, do Monte Cristo à Vila Feliz, é fruto de 75 anos de sonhos e construção.
Mas como manter vivos esses sonhos quando enfrentamos o claustro da ganância e
o avanço da especulação? Quando peões covardes, que não sabem nem montar nem
pensar, aliam-se ao crime e deixam que as teias da superstição e da ignorância
dominem seus espíritos?
Na
geografia política de Suzano, vemos a cidade sendo violentada por líderes de
pensamentos rasos, incapazes de disciplina para o estudo e o aprofundamento. Um
exemplo claro foi o uso irresponsável do relatório da Macroplan. Com a imprensa
domada, informações públicas foram manipuladas e distorcidas, violando o
direito à informação e aprofundando o abismo entre o discurso oficial e a
realidade vivida pela população.
Enquanto
isso, a classe trabalhadora, que se esforça para criar suas crianças com
dignidade, enfrenta um governo que fecha salas de aula, desmonta a política de
educação e privatiza o patrimônio público da saúde. O contraste não poderia ser
mais evidente: de um lado, a luta pela vida e pela esperança; de outro, o
acobertamento de crimes, como a exploração infantil para o sexo e o tráfico. A
falta de organização da malha urbana e a destruição das políticas públicas não
são falhas, mas sim escolhas deliberadas de um núcleo de poder que privilegia
interesses privados em detrimento do bem comum.
Será
que estamos vivendo com a profundidade que nossa humanidade exige? Ou temos nos
perdido em análises rasas, abrindo mão de construir, com coragem, a beleza de
uma ética que nos conduz a um viver mais pleno e digno? Como domar o pensamento
para alcançar esse conhecimento, sem medo de confrontar as barreiras do
cotidiano?
A
classe trabalhadora, que cria suas crianças, busca seu alimento e sonha com uma
vida saudável e justa, carrega em si o potencial para transformar. Mas será que
a cidade está pronta para ouvir seus gritos, para reconhecer suas lutas e para,
finalmente, galopar rumo a um futuro de verdadeira liberdade?
Suzano,
que mergulha num "inferno de Dante", precisa encontrar a força e a
coragem para pensar, lutar e se reencontrar. Como podemos, juntos, construir
esse caminho? Estamos prontos para enfrentar o desafio de sonhar e galopar,
mesmo em tempos difíceis?
Tem
Luta!
Sigamos!!
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