Salve Natalia Ramos e os proletários do jornalismo e da industria da comunicação.

Todos nós partícipes do processo de construção e reconstrução política, econômica e cultural de nosso lugar com nossa força de trabalho, com nossa presença, atitudes, ações e reações somos proletários.

Proletário, no sentido original do termo designa aquele e aquela que possui, em suas relações, apenas a sí e sua prole. Nas relações mais complexas da sociedade atual, muito além das relações de produção, não é errado afirmar que nossa prole, elementos humanos de nossas relações, é composta não só por nossos familiares, ascendentes e descendentes, mas também por nossos amigos, colegas e pessoas que fazem, fizeram ou fazerão parte de nossas vidas.

Os lugares privilegiados onde aprofundamos e estabelecemos nossas relações são desenhados em nossa existência individual com a marca forte dos grupos humanos a que pertencemos.

Por outro lado, a noção de autonomia e liberdade é intrínsica à nossa natureza humana. Nossa felicidade ou infelicidade, alegria ou tristeza, realização ou frustração, vida ou morte etc... passa por uma real sensação de conquista e vivência de autonomia e liberdade. Perseguir tal autonomia é a sina de homens e mulheres, que na longa estrada da vida, constroem sua identidade.

Essa capacidade, em estabelecer nossa identidade, anseio estabelecido desde antes do oráculo de Delphos, é elemento determinante e, ao mesmo tempo, propriedade de nossa natureza humana. A luta que travamos para conquistar uma vida plena, que passa pelo fazer diário, propõe a necessidade de exercitar a cada momento "o conheça te a ti", e ao mesmo tempo nos possibilita exercitar o diálogo diário que travamos com o grupo humano ao qual pertencemos.

Estabelecer uma hierarquia destes grupos a partir de sua influência em nossas vidas é muito difícil. Porém esta hierarquia existe, analisá-los é importante e fundamental para avançar na construção e apropriação de nosso conhecimento.

Os grupos que fazem parte de nossa aventura humana moderna e que influenciam nossa identidade é a família, as pessoas presentes no trabalho, na escola, no lazer, na igreja, nos livros que lemos, nos filmes que assistimos, na internet, na condução, enfim... onde quer que seja.... e que exista algum tipo de interação.

O grande desafio que temos, neste momento da história humana, passa pela necessidade de nos apropriarmos, enquanto proletários, dos instrumentos que construimos historicamente, e que sustentam, politica, cultural e economicamente a existência dos grupos humanos ao qual pertencemos, defendemos, construimos e nos formamos, enquanto homens e muheres autônomos, livres e plenos de vida.

Isto significa que a condução dos instrumentos que dão sustentação aos grupos e coletivos humanos devem ser comandados, orientados e mantidos pelos proletários de cada lugar.

O Estado pelo Povo.
O jornal pelos jornalistas.
A igreja pelos fieis.
O governo pelos militantes de política pública.
O poder legislativo pelos legisladores.
O partido político pelos militantes.
A arte pelos artistas.
A familia pelos pais e mães.
A universidade pelos universitários.
A industria pelos industriários.
Os hospitais pelos usuários e profissionais de saúde.
Os bancos pelos bancários.
As empresas de comuicação pelos profissionais de comunicação.
Os blogs pelos blogueiros.
A justiça pelos sedentos de justiça.

Muitas destas necessárias apropriações, pela verdade e pela vida, já ocorrem em vários destes instrumentos. Outras estão em via de serem conquistadas..... nossa revolução está em andamento...

Para avançarmos mais é necessário estabelecer e aprofundar nossa conciência de classe e termos claro que, todos nós partícipes do processo de construção e reconstrução política, econômica e cultural de nosso lugar somos proletários.

E a partir daí nos tornaremos homens e mulheres livres e neste processo estaremos libertando toda a humanidade.

Agora, se você leu este texto até aqui, vai perguntar: o que Natalia Ramos tem a ver com tudo isto?

Na verdade, esta moça linda, uma jovem jornalista, foi violentada em sua identidade profissional que está em desenvolvimento. Ontem (28mai2011), ela participou de um momento histórico da comunidade de Vila Fátima e Parque Buenos Aires, na cidade de Suzano-SP, Brasil. Percebi que ela ficou muito a vontade naquele lugar, e testemunhou um conjunto de fatos importantíssimos para todas aquelas pessoas.









































































Contudo a matéria que foi publicada no jornal que ela trabalha é utilizada para promover a campanha sórdida pelo fechamento da Santa Casa de Suzano.

Este tipo de situação, de violência, contra nossos jovens jornalistas é uma afronta à nossa humanidade e a nossa luta por uma sociedade justa e igualitária.

Comentários

Willian Almeida disse…
Senhor... Dizer que a jornalista foi violentada é o mesmo que dizer que esta jovem, linda sim, jovem sim e que esbanja talento e amor à profissão que escolheu - e não a vejo em outra senão esta - foi subestima na capacidade que tem. Estar à vontade em um local faz parte do contato que se tem com as pessoas de lá, com os amigos de profissão que lá estão. O senhor tem todo o direito de criticar o jornal, no qual eu também trabalho, e isso faz parte daquilo que nós chamamos de democracia. Mas não seria muito mais sensível de sua parte, senhor, falar à Natália, talvez pessoalmente o que acha ou pensa sobre a formação dela enquanto uma profissional? Falar que ela foi violentada é dizer que ela não tem a menor autonomia. É talvez, violentá-la no sentido de, quem sabe, fazê-la se sentir mal com uma possível falta de poder de decisão, ou sei lá o que o senhor pensa.

Pode dizer que o jornal faz campanha para fechar a Santa Casa, que o veículo é bom ou ruim, péssimo. Isso é um direito seu, assim como é um direito seu escrever este texto que aqui comento e citar a Natália. No entanto, há algo que nós chamamos de bom senso e o senhor poderia se utilizar disso não a expondo como coitada e violentada ao, com todo o direito que tem, fazer uma crítica ao jornal. Salve Natália Ramos?
Teria sido ela coagida a escrever que foi intimidada? Teria ela inventado que o prefeito, pessoa que eu pude conhecer enquanto trabalhei em Suzano e que, sem o menor medo de ser "violentado", posso dizer que simpatizo e até admiro, recusou-se a comentar um assunto?


Talvez o senhor não a conheça tão bem. Também eu não a conheço profundamente porque infelizmente nossa vida dentro da redação é corrida ao ponto de não nos sobrar tempo para falar de nossas vidas. Ainda assim, lhe garanto que esta repórter, uma das profissionais da nova safra, assim como eu, é uma das pessoas mais éticas e cientes de si que eu conheço. Não há no Mogi News, Diário do Alto Tietê, Diário de Suzano, O Diario de Mogi ou em qualquer outro veículo de comunicação quem tenha peito e a falta de caráter de impor a ela uma violência que a impossibilite de ser dona e responsável por aquilo que assina nas matérias que escreve.

Willian
Willian Almeida disse…
Senhor... Dizer que a jornalista foi violentada é o mesmo que dizer que esta jovem, linda sim, jovem sim e que esbanja talento e amor à profissão que escolheu - e não a vejo em outra senão esta - foi subestima na capacidade que tem. Estar à vontade em um local faz parte do contato que se tem com as pessoas de lá, com os amigos de profissão que lá estão. O senhor tem todo o direito de criticar o jornal, no qual eu também trabalho, e isso faz parte daquilo que nós chamamos de democracia. Mas não seria muito mais sensível de sua parte, senhor, falar à Natália, talvez pessoalmente o que acha ou pensa sobre a formação dela enquanto uma profissional? Falar que ela foi violentada é dizer que ela não tem a menor autonomia. É talvez, violentá-la no sentido de, quem sabe, fazê-la se sentir mal com uma possível falta de poder de decisão, ou sei lá o que o senhor pensa.

Pode dizer que o jornal faz campanha para fechar a Santa Casa, que o veículo é bom ou ruim, péssimo. Isso é um direito seu, assim como é um direito seu escrever este texto que aqui comento e citar a Natália. No entanto, há algo que nós chamamos de bom senso e o senhor poderia se utilizar disso não a expondo como coitada e violentada ao, com todo o direito que tem, fazer uma crítica ao jornal. Salve Natália Ramos?
Teria sido ela coagida a escrever que foi intimidada? Teria ela inventado que o prefeito, pessoa que eu pude conhecer enquanto trabalhei em Suzano e que, sem o menor medo de ser "violentado", posso dizer que simpatizo e até admiro, recusou-se a comentar um assunto?
Talvez o senhor não a conheça tão bem. Também eu não a conheço profundamente porque infelizmente nossa vida dentro da redação é corrida ao ponto de não nos sobrar tempo para falar de nossas vidas. Ainda assim, lhe garanto que esta repórter, uma das profissionais da nova safra, assim como eu, é uma das pessoas mais éticas e cientes de si que eu conheço. Não há no Mogi News, Diário do Alto Tietê, Diário de Suzano, O Diario de Mogi ou em qualquer outro veículo de comunicação quem tenha peito e a falta de caráter de impor a ela uma violência que a impossibilite de ser dona e responsável por aquilo que assina nas matérias que escreve.
Caro Willian...
Em nenhum momento estou expondo Natalia Ramos. Falo aqui de Natalias, Willians, Cleytons, Silmaras, Marias e Josés...

Admiro o amor que jornalistas como vocês possuem pela profissão. Se não fosse muitos de vocês, lutadores pela liberdade e pela democracia, poderíamos ainda estar vivendo períodos de ditadura.

Contudo, sua militância jornalística, que espero que continue e aprofunde, não possui toda esta autonomia que você, me pareceu afirmar que tem.

O jornal que você trabalha, não obstante ser palco de luta e de amor por parte de vocês, maioria dos jornalistas, também é uma empresa, que se esconde atrás da nobre arte de comunicar, para serem forças reacionárias de extorsão e intimidação promovida pelos empresários que o comandam.

O modo como o Mogi News, através de seu braço podre Diário do Alto Tietê, do ponto de vida de seus proprietários, caminha entre a lama e a extorsão, se posiciona contra a contrução de um hospital público em Suzano e agora, recentemente, sob a desculpa de estar preocupado com a morte de recem nascidos, promove uma campanha para fechar a Santa Casa de Suzano, deve ser combatido por instrumentos que possuem a força adequada para enfrentá-los.

Por conta disto nossa militância política está, através deste blog, e de outros instrumentos legítimos, a serviço da luta contra estes deploráveis capitalistas dos meios de comunicação.

Saudações e nosso respeito a você e a todos seus pares.
Willian Almeida disse…
Não me importa, de maneira alguma, Rosenil, que critique o jornal. Até mesmo eu o critico quando acho que devo.

O que eu não me conformo é o senhor expor, sim, uma pessoa, um indivíduo. Eu não tenho esse amor todo que o senhor diz pelo jornalismo, não tenho amor pelo jornal. Mas tenho amor pelos meus amigos que dão duro para todos os dias fazer os jornais chegarem as bancas. Veja bem: falo de pessoas e não de empresa.

O senhor se engana se pensa que não temos autonomia. Só que assim como no trabalho do senhor, nós temos hierarquia.. O que quero dizer é que a hora que sento para escrever meus textos, eu repondo por cada uma das linhas dele. Só eu e mais ninguém..

O senhor pode achar o que bem entender do DAT e do Mogi News, a mim, isso pouco importa... Eu não sou o jornal. Mas, desculpe a sinceridade, o senhor foi pelo menos infeliz ao dizer que a reporter foi violentada...
Anônimo disse…
Este comentário foi removido pelo autor.

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